terça-feira, 16 de março de 2010

Em Síntese

Sobre as religiões:

Eu não creio nas religiões. Ainda que se diga que 'religião' significa 'a busca do homem por 'deus''. Ora, tal significado refere-se à busca por qualquer 'deus' a partir de uma atitude humana, até mesmo ao deus-homem mesmo. Acaso sabe o homem o que buscar? Se soubesse, não haveria apenas uma única religião ou religião nenhum? Quando parte do homem, é falho.

Sobre Deus:

Eu creio em Deus. Sim, Ele eu bem sei que posso buscar, pois, ao contrário das religiões, não parte nunca de mim, mas, dEle. Porque Ele amou primeiro. Isso é o que dá acesso direto, e encaminha a busca da gente pra cruz, longe dos altares humanos. Ele me buscou primeiro. Quando parte de Deus, é redenção perfeita e eterna.

Mas, que fique claro: não faço da minha descrença das religiões uma desculpa para ficar à deriva na vida. Ainda creio que Deus se manifesta na re-uniões das igrejas quando esta se faz no coração dos que congregam, e independem do 'templo'. Melhor é estar à deriva com Deus, onde ele sopra na direção que quiser e a gente, como barquinho à velas, apenas vai e navega.

Sobre o meu ceticismo e a minha fé:

Eu sou cética. Sim, sou cética em meus modos de agir na vida. Descobrí isso com maior eviência em Janeiro, quando fiz uma viagem pra Brasília, pra passar as férias numa ONG, desenvolvendo um trabalho. Durante os dias lá, fiz uma trilha e diagnostiquei ceticismo em mim, muito mais forte do que eu imaginava. Preciso 'ver para crêr'.

Eu tenho fé. Sim, eu sou alguém que crê. Pode parecer um paradoxo, uma contradição, e, de fato, é. A fé é a firme convicção das coisas que se esperam e a certeza das coisas que não se vêem. Assim, a minha fé é para mim um bem, pois, à medida em que creio, eu, que naturalmente sou cética, nego-me a mim mesma. Isso porque a lógica da fé é outra e dá pra gente, que é cético, outra ordem. O paradoxo em ser cético e ter fé faz a gente ficar invertido; Quem precisava 'ver para crêr', vira gente que 'crê para ver'. O que, por incrível que pareça, faz sempre muito mais sentido.

Isa.