domingo, 3 de janeiro de 2010

Alegria que surge.

Sonhei assim, que era mãe. Sem jeito com a maternidade, de repente, uma menina estava em meus braços. Era linda. Linda menina minha. Sorriu. Encaixou-se em meus braços como um filhote se aninha junto a mãe. Eu não soube, em um primeiro momento, como chama-la. Apenas olhava. A sensação era a de que, ainda que todas as galáxias passassem e os planetas explodissem, jamais deixaria de queimar o amor em mim, por ela. Pequena flor. Meu peito riu-se ante ao riso dela. Menina minha. Vem pra cá, pro cuidado meu. Te chamarei Minha Filha. Teus olhos me seduzirão por toda a vida à escolha de te amar, sem que eu possa escolher um não assim. Tú serás poesia, versos meus. Canção de Deus à mim. Rimas finas de uma vida em gênesi, por toda a eternidade. Te direi que és Linda, filha, amada. Te contarei as histórias do viver, sem te poupar do amor e da ternura nas palavras. Suas palavras serão preces, de tão castas. Deus te ouvirá e serás como um brilho amarelo em meio ao céu. Seus braços serão asas, a tua alma, coração. Voarás com o vento que te sopra. Aquele que te deu a mim, te levará em um piscar. Assim como me deste, me tomará. E eu te sentirei em brisa no meu peito, aonde quer que vá voar. Chamei-a Alegria.


(O dia em que um sonho fez surgir uma menina. E a menina fez, num sonho, surgir os dias.)