sexta-feira, 22 de agosto de 2008

PuLPitO, LeiTe QueNtE e GeNtE QuE NeM a GeNte


No último sábado(14/06/08), eu estava parada em pé atrás de um pulpito.Não era desses chiquetosos, não.Ele parece mais um pedestal de madeira, mas só que com lugar pra gente por a bíblia.Eu tava lá tentando falar alguma coisa, porque, há uns 3 finais de semanas atrás, eu recebi um tal convite pra "pregar" no culto de sábado pra moçada.O problema surgiu logo no ínico: "Pregar". Eu não sei fazer isso não.Isso deve ser pros grandes, e eu, ah, eu sou só alguém que tá aprendendo a não atrapalhar tanto as andanças que O menino Jesus tá fazendo por aqui.Então, me resolvi de que umas palavras já estava bom.O duro era sobre o que falar!Com o tanto de coisas que eu tenho aprendido ultimamente, pensei logo em falar sobre elas, já que tô aprendendo, alguma coisa eu saberia dizer.Mas não deu jeito não.Falei de outra coisa.
Como diria um certo "grunge" que agora tá lá pros exterior: "com presbiteriano, Deus só fala uma vez por ano! O resto, é calvino quem fala!". Isso me deixou realmente com medo, porque, além de presbiteriana, EU não entendo a lingua que Calvino falava.o.O...Mas, pra minha sorte, surgiu o que falar.Não teve nada de faroletes de anjos na minha cara e nem me baixou um espírito que me fizesse engatinhar por aí.Mas veio forte no coração as palavras que não poderiam vir de mim, e eu entendi que vinha de Deus.Eu acho que é assim que Deus fala com os presbiterianos, com o aperto no peito e com a certeza que a gente sente de que aquilo precisa ser dito.Ou talvez, é assim que Deus fala comigo.
Nesse desafio todo aí, eu até que consegui não engasgar tanto e não atropelar muito as palavras.É bem atípico pra mim.Mas o desafio maior é pq eu fui lá na frente falar pra um monte de gente que me conhece, que sabe das minhas falhas, da minha vida.E falar pra eles é bem mais dificil porque, só faz sentido se eu falar dos meus erros com sinceridade.Já que eles me conhecem, não há como esconder e muito menos falar do que não é verdade em mim.Não que se não fosse pra eles, seria diferente, mas é que com eles não tem enrolação, não tem frescura.Eu disse o que todo mundo já sabia, mas que precisava ser dito pra gente acordar.E eles sabem, e eu sei, que era verdade de Deus pra gente.
Sábado passado eu não preguei não.Foi mais uma conversa sobre o que tava pesando no coração.E eu sei que eles entenderam.Mas não porque eu disse, mas porque eles sabem, assim como eu, que é verdade.E Aquele que testifica em nós as palavras que são ouvidas é o mesmo que nos faz entender que a mudança precisa contecer.E é agora, de dentro pra fora, pra ter efeito nessa terra passageira.
Falando em de dentro pra fora.No mesmo sábado da "pregação do poder", nós fomos levar blusa e leite quente pros mundrungos da rua.É engraçado como eles se relacionam entre eles.É sempre na sinceridade, não tem confete, não!É tudo na lata, sem frescuras.E eles tratam a gente com uma reverência que a gente não merece, mas que nos faz ver neles a dignidade e humanidade que falta nesse mundo e na gente.
Tinha uma mulher lá, de 25 anos, que faz aniversário agora dia 19/06, ela levou uma garrafada de um tal de azeitona esses dias e tá cega de um olho(foi o que ela disse e, além de inxado, ela tolo o dedo no olho ruim de um jeito que ele não parecia ter vida msmo.), ela tbm tava contando que um morador de rua aí ganhou um kilo de linguíça não sei de quem.Ela ficou meio indignada porque, segundo ela, ele é o morador mais feio dessa terra e como que ele ganhou esse rango e ela não?. Eu dei risada demais com ela e, ao mesmo tempo, pensei em como é que pode existir tanta indiferença com ela, com eles todos.Eles são gente como a gente, vieram do mesmo lugar, são imagem e semelhança de Deus.Se isso não conta, então, o que conta?
Tinha um outro senhor junto com ela.Ele mora na rua e tava passando em frente a "casa" dela(a "area" de uma igreja que fica ao lado dos correios aqui em cosmópolis)...aí, ela chamou ele pra domir lá tbm pq ela tava com medo de durmir sozinha.Esse senhor me fez lembrar o meu vô.Um típico senhor que gosta de uma boa pescaria e de um papo no fim de tarde.Ele tbm tomou do leite,ams não quis blusa.Disse que tava bom já.
Batemos um bom papo com eles e com outros que tavam perambulando pela cidade a fora.Levamos o leite quente e as blusas de frio.É até bonito de se ver.Mas só esquenta de verdade e faz algum sentido e diferença se junto houver o amor em nós, pra eles.
É assim que vale a pena!É assim que a gente é mais imagem e semelhança de Deus.quando a gente entende que eles são iguais a nós.
Que o amor mate a indiferença de dentro do nosso peito e que todo descaso nos faça sangrar cada vez que um mundrungo gemer de frio, dor, solidão, rancor ou fome.
É assim, sentindo a dor deles doer na gente, que a gente se sente mais gente e faz eles, que são gente quem nem a gente, se sentirem gente outra vez.
Aquele que morreu a morte da gente pra que toda a gente pudesse ser gente igual e com Ele, é O que faz a gnt entender que vale a pena!Existe vida junto de quem é vida pra nós!
Que o vento do amor de Deus sopre, não importa pra que lugar, A direção Ele sabe!E é tudo o que a gente precisa saber!