segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sem medo de ser.

Eu confesso. Queria escrever um texto que pudesse servir de pauta pr'alguma discussão, reflexão sobre algum tema, ou uma crítica sobre qualquer outra dessas coisas que é sempre bom que a gente pense, pese, reflita e, na grande maioria das vezes, fuja, corra pra bem longe e não tenha parte com elas.


Mas, não. Preferi não dizer nada sobre coisa alguma agora. Tudo qu'eu escrevo, eu leio e até releio. Os textos sempre precisam fazer mais sentido pra mim primeiro, se não, melhor que eu apague esse blog. Eu não sei porque eu escrevo aqui. Eu não sei porque faço muitas coisas. Apenas faço, e quando vejo, aquilo faz todo sentido do mundo pra mim. De repente, eu escrevo pra você, que também não sabe porque lê aquí, igual a mim, e vai fazendo, vivendo, pra descobrir onde é que você se acha.
Quanto ao me achar, isso eu já sei. Me acho em Deus e essa é uma verdade imutável, mesmo que essa expressão já tenha se tornado tão clichê entre os crentes. É como diz a música "Não há nada novo, frases repetidas, velhas fórmulas reutilizadas. Mas eu não vou me importar em me tornar repetitivo...". Eu não tenho medo de repetir o que já foi dito se isso for sincero e verdadeiro em mim. Mas, não me conformo com as vãs repetições eclesiásticas. Ora, o evangelho é vivo, é novo todos os dias, como é possível que o que se pode tirar dele é sempre a mesma coisa do mesmo jeito?
Mas, eu não vou me prolongar nessa questão. E nem em questão nenhuma aqui. Tampouco vou discutir sobre alguma coisa. Hoje eu deixo as discussões pros intelectuais, pros senhores supremos das teologias, das filosofias, doutores em conhecimento.
Eu? Eu não tenho teologia, mesmo que às vezes as minhas crenças possam se encaixar em algumas delas, mesmo assim, eu não tenho. Não sou ortodoxa, nem da teologia da libertação, nem Neo coisa nenhuma. Eu apenas sou o que sou, e vou sendo. Posso entender todos esses pontos da teologia e suas 'ramificações', mas, não pertenço a elas. E nem preciso. Só quero o evangelho. Até hoje, apenas ele produziu em mim o que é bom. No mais, eu sigo com a paz de Jesus sendo o árbitro no meu coração e vou me guiando segundo a conciência que o espírito me trás.
Eu não sei tudo sobre todas as coisas. Na verdade, o que sei, quase sempre, é sempre nada perto de tudo o que há a respeito. Prova disso é esse blog. Mas, eu não tenho medo de errar, ou de me precipitar. Geralmente, eu sou impulsiva, o que me faz correr um sério risco de frustração. E, talvez, por causa da melancolia, eu sinto as coisas com muita intensidade. O que pode ser bom e ruim, como tudo nessa vida é se vivido sem sabedoria. Porque tudo o que não edifica, faz mal.
O fato é qu'eu não me envergonho de não saber. Tem um monte de gente aí pra quem eu posso perguntar, com quem posso aprender e tudo mais. Esses dias, eu pensei: E se o contrário de certo for só a incerteza? Ou seja, talvez não seja o erro. Talvez, eu só não saiba e ponto. Isso implica em arriscar. E é bem melhor errar do que perder de viver. Ah, a vida é um mistério. Nem mesmo os que se planejam conseguem garantir os resultados. Mesmo que insegura, eu prefiro arriscar um vôo do que temer viver, e morrer no ninho. Nenhum pássaro voa sem bater suas próprias asas.
E qual é o problema em se contradizer? Talvez, eu tenha dito muita coisa que hoje eu não diria. Ou feito muitas delas que hoje eu não faria. A gente muda o tempo todo e algumas coisas vão tomando outro significado, tendo outro sentido. Isso é condenável?
O que a gente precisa saber é que mudar não nos torna mais ou menos de nós mesmos. A gente muda à medida em que vai se encontrando, ou se perdendo. Às vezes, tem gente que vaga perdido a vida inteira, e só no final sofre a mudança que só a verdade é capaz de proporcionar. Mas, no geral, todo mundo muda o tempo todo. Bom mesmo seria que a gente mudasse sempre que descobrisse o mal do estado presente. Mas, sem esquecer que pra acertar, às vezes, o erro vem primeiro e vem mais de uma vez.

É por isso que eu escrevo esse texto, com coragem. Não temo que, com o passar do tempo, eu tenha mudado sobre tudo o qu'eu disse aquí. Hoje, pode ser que você concorde, ou pode ser que não. Daqui um tempo, talvez você tenha mudado de opinião...


Isa.