sexta-feira, 25 de setembro de 2009

DoS HoMeNs QuE PodEMoS SeR e Da JustIçA qUe NãO NoS É JuStA

De um lado.

Ensinaram-lhe que deveria fazer como se fosse o próprio.
Assim, enquanto olhava, bem mirado, projetou-se nave.
Desacoplou de seu compartimento-base. Num estouro, explodiu em direção ao alvo.
Percorreu viajante o caminho desimportante, focado, veloz que nem se via.

"Seja a bala" - sussurrava-lhe as vozes do sitema que o domesticou assim.
É pelo bem da população.
"Eu sou a bala" - Concentrava-se em aplicar o que aprendera um dia.

Enfim, terra inimiga a vista: vamos penetrar.
Ao tocar o solo-pele, rasgou-o como se fosse um fino papel. Esfolheou-lhe o couro. Arrancou-lhe o sangue. Perfurou as chapas de cálcio-crânio que protegiam o núcleo-cérebro.

Na mosca.
Aterrissou num metal-placa de portão de casa. Vinho, como as plaquetas escuras do sangue fresco pelo chão.

O dia livre.
Herói pela concepção estranha de justiça e certo.
O Civil salvo.
Missão completa.
Saiu da nave.
O homem-bala.




Do outro lado.

Apreensão. Desnorteado, extravazou no erro.
Se power-transformou em homem-bomba, em terrorísta da sua própria vida.
Ficou tomado pelo diabo da loucura. Inferno em sí mesmo. Desesperou-se agarrado à vítima. Explodiu-lhe a sensatez-Humana. Endoideceu no ser.
Nada se sabe da sua existência. Consideraram em preservar-lhe a vida.
Angustiava-se aguardando o fim. Foi preso. Pelas entranhas de sua alma só, foi pego de surpresa. Esquecido, odiado. Acharam justo a decisão.

Em um vascilo só: Pá! - Sem dó.
Miolos pelo chão. Mil olhos na televisão.
Satisfação de alguns.
Disseram: É menos um!

O Civil salvo.
"Bandido, ladrão, sem-vergonha e folgado" - Assim julgado sem pré-disposição em conhecer-lhe a história.
Maldito dia de surto.
Missão Failed.
Morreu na guerra.
O homem-bomba.




Isso é pra dizer como eu jamais entenderei as soluções desses meus dias.
Todo tiro certeiro deveria ser luto em todo ser humano, por não acharmos solução capaz de preservar as vidas. Ao contrário disso, a gente bate é palma.


Entre bandidos e mocinhos, matar ou morrer, eu fico é com a justiça que não é dos homens.


Maranata!



Isabela Pizani.