sexta-feira, 22 de agosto de 2008

DaS OriGeNS



Viajei!
Viajei pra Bahia, berço da nação brasileira!Quando o avião aterrissou e finalmente descemos em terra firme, respirei fundo e senti um ar pesado passar por minhas narinas.Um cheiro desagradavel penetrou no fundo dos pulmões e então pensei: É, cheguei. rs ...Lá, em Porto seguro, descobrí que cabral chegou mesmo foi em Cabrália, e não em Porto Seguro.Lá também, não se pode beber da água da torneira, não.Mesmo se colocarmos ela em tálias de filtros de água.Lá, por causa dos manguesais, a água tem muito ferro e enxofre, por isso, ela tem um cheiro forte pra dedéu e é meio amarelada.Além do mais, se alguém beber, com certeza irá se desidratar em longas idas ao banheiro por causa do suadô que vai ter...A primeira missa foi rezada onde, hoje, tem uma feira indígena.É fácil cruzar com índiozinhos vendendo colares a 1 real cada.Alguns, cobram pra tirarmos foto com eles.Ah, mas isso não é deles.Ensinaram assim, e agora, dependem daquilo que antes não dependiam: Grana.Há muitos índios por lá.
Dei até uma passada na reserva da Jaqueira, da tribo pataxó.Lá, conversei com um índio que tava na portaria da erserva.Ele disse que pra entra lá, tinha que pagar.Se fosse pra conhecer, pagava-se 25 conto.Se fosse pra passar o dia lá, pescar, caçar e fazer tudo o que eles faziam por lá, o valor era de 35 pila.Mas pra tirar foto ele não cobrava não...rs...
Pedir pra tirar uma foto com um índió é como afirmar que eles são realmente qualquer outra coisa ao invés de seres humanos.É, ninguém pede pra tirar foto com o baiano que fazz tatuagem de hena na praia.Ninguém pede pra tirar foto com a garçonete do restaurante na bera da praia.Mas se tiver um índio andando na rua, pronto, bora tirar foto dele, com ele e blá blá blá.
Índio é bixo? Ah, lá, eles são atração turística.E os turístas adoram ver índios pela rua pra tirar foto.Não me adimira que nesse Brasilzaão, os indios não sejam levados a sério e nem sejam vistos como gente como todo mundo.Indio é gente e eu vou gritar isso até que ouçam.Eu sei que Deus ouve e já tem feito coisas.
Quando conversei com o índio da reserva da Jaqueira, perguntei como é que era por lá.Ele disse que eles viviam como sempre viveram.Dormiam em redes, sem cobertores, usavam as vestimentas tradicionais indígenas, caçavam pra comer e tal.Sobre as crenças, ainda fazem os mesmo rituais que faziam na antiguidade, só que agora, é pra um Deus só, que é em quem eles acreditam; Deus, o Senhor!
Tchorrã (quer dizer guerreiro), que é como esse índio da reserva se chamava, me olhou com cara de tipo: "Derrr, a gente acredita no Deus Deus, oras." quando perguntei sobre as crenças.Ah, ele ainda me falou que eles já recuperaram mais de 7 mil palavras da lingua oficial dos pataxós.E todas com tradução pro português.Tirei foto com ele.E ele, saiu com pose de quem não se dá muito bem com cameras...rsrs
Eu não sei porque, mas gosto dos índios.E tem sido assim de uns tempos pra cá.Desde quando li o blog do tal ex-presidente da funai, Mércio Gomes, e me inconformei com o descaso com as causas indígenas.Mas sobre o Mércio e sua Cia. Limitada, não comentarei nada hoje.Mas aposto que ele e seus comparsas quiseram tirar foto com os índios quando foram pra Porto Seguro e se hospedaram num hotel 5 estrelas.Um dia, ainda passarei um tempo numa tribo.Ah, antes que eu me esqueça, o Tchorrã era bonito...rs...Mas não é por isso que os índios me despertam interesse...rs
Em Porto, eu cheguei as 00h10min. da madrugada do domingo.À noite, fui num culto numa igreja lá.Eu tinha espectativas sobre como seria um culto baiano.Fiquei imaginando um culto todo alegre, animado, com musicas típicas da região, batuques, percussão, mulheres com vestidoes brancos e mulatos com jingados que ninguém mais tem nesse país.Imaginei eles tocando suas tumbadoras, seus berimbaus, e um culto todo cheio da espontaneidade baiana, da alegria do nordeste, do ritmo cheio de swing e tudo mais.Isso não é exagero não.Lá na Bahia eles são assim, é isso o que fazem, são características musicais da Bahia, não seria errado se fizessem seus cultos assim.Pra muitos daqui de onte eu sou ou de outros lugares, isso pode até soar como algo que escandalize.Afinal, onde já se viu berimbau na igreja, tumbadoras tocadas por mulatos e baianas com vestidos brancos cantando no louvor? Onde já se viu um ritmo desses tocado dentro da igreja?
Eu ia gostar demais se o culto baiano fosse assim.Eles iam gostar e tenho por certo que Deus se alegraria.Mas não foi assim que foi.Entrei na igreja e o culto começou.A igreja era grande e logo apresentaram os visitantes.Tinha uma mulher que cantava bem demais lá.A pregação foi boa e tal.Mas, foi como c eu tivesse ido num culto por aqui mesmo.Um culto em qualquer outra igreja.Não parecia bahia.
Ou eu estou errada ou a gente estabeleceu padroes de como devem ser as coisas? Crente é tudo igual em todo lugar.Cadê as características baianas que são deles, a identidade que lhes foi dada pelo próprio Deus como povo? Não que o culto tenha que ser um "Axé-Blond", mas a gente sabe que baianos são baianos oras.Só sei que não vi nada disso lá.
Praqueles que entendem o que quero dizer aqui, ainda que sem escrever muito bem e com certa dificuldade em expressar o que quero realmente dizer, digo que é fato a crise de identidade cristã vivida hoje.Não só como seguidores de Cristo, mas como povo pertencente a uma regiao.Temos sido padronizados, colocados em caixinhas.Nossos cultos são iguais em todos os lugares.Nos vestimos iguais, usamos das mesmas frases feitas de efeito e todo o resto que a gente consegue até adivinhar mesmo numa igreja onde nunca estivemos antes.
A gente precisa se achar, se conhecer como povo, como filhos.Conhecer a liberdade que temos em Deus.Entender o que é ser de fato cristão.Entender a graça e aceita-la.Aceitar que somos aceitos e só.Parar com os velhos papos, velhos mitos, velhos ritos místicos, parar com as crendices, com as superstições cristãs e viver só a verdade.A verdade de Deus pra gente, pro mundo.E assim, certos de quem somos, não seremos enganados.
Andando pelas ruas de lá, ví muitas barraquinhas com aquelas baianas de vestidos brancos que, geralmente, quase sempre, as pessoas associam que são integrantes de grupos de candomblé e todo o resto que existe na Bahia, vendendo acarajé e com placas com os dizeres: "Vida nova com Jesus"...Essas mulheres usam da barraca de acarajé como estrategia pra falar do amor de Deus praqueles que compram acarajé delas. Ví isso em algumas lojas, em barracas de muitos índios e outros lugares.As coisas tem mudado por lá.Deus tem feito o que o homem não pode fazer.É a graça.
Depois, quem sabe, falo mais de lá.