quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Es-quadrinho Coração.

Eu sou rabisco, um rascunho e pronto.
A ponta de um lápis cor do céu, um ponto.
S'eu risco um lá, me faço clave, a ave e só.
Um dó que é ré em mí só Lá.
Sí eu fá, Sí eu dó. E se torta eu cantar?
Que tanta forma pro viver.
A gente tem é só que ser, voar.
Minha garganta é rouca, a minha voz arranha
Eu tenho o grave de soar, fininho desafinar.
O artista é morto se é solto o não pensar.
Deixa a alma bater, espernear, atiçar as cordas do cordão.
Corre junto ali, n'algum jardim, pra se molhar.
Deslig'éssa televisão de atrofiar.
Um grande irmão não te vigia, nem por um buraquim.
Mas fecha-um-dura o laço, amigo é de se confiar.
Se todo mundo é crítico, por que não vão se criticar?
Deixa vir a arquitetura torta, a pintura branca, o cantar gritando.
Eu ando um dia de inventar, e de amanhã ninar um coração aguento.
Fará chover o céu, com as estrelas e galáxias, unindo versos todos.
Tem tanta gente boa aí. Tem tanta voz num violão. Con-cordas ou não?
Deixa ser sem amarrar. É no borrar que a vida ganha animação.