domingo, 1 de fevereiro de 2009

Paraguay

Paraguay:




(Base da Jocum da Cidade de Coronel Oviedo - Paraguay)


Por causa da Guerra, o Paraguay deixou de ser a referencia de grande potência pra américa do sul e pro mundo. Era um país de economia forte e era independente dos países da europa...O que foi mais do que um bom motivo pra que a inglaterra apoiasse os países sul-americanos, pertencentes a tríplice aliança (Brasil, Uruguay e Argentina), na guerra contra o paraguay. Hoje, o Paraguay é um país pobre, com grande crise de identidade e complexo de inferioridade. E a gente foi como quem entende, com entendimento que vem além de nós, que temos conta com eles. Mas, não é dívida que se paga com fortunas, ouro ou prata. É com amor. Pra contar pra eles que o grande preço foi pago e foi com sangue, mas não foi guerra, não pra matar ou assolar nações, mas libertar vidas. Foi e é suficiente.



O hospital:




(Hospital de Coronel Oviedo)

Corre dor pelos corredores do hospital. Há quem corra da dor, quem corre com dor e quem, de tanta dor, já nem corre.
Corredores que correm da morte, alguns, com desesperança, correm pra morte.
Chegamos cheios de gás, de espectativas, de vontade e disposição. Vestidos de palhaços, fazendo piadas de nós, por instantes, a dor de outros se vai. No corredor da pediatria, os sorrisos são mais impactantes do que a nossa presença. É dificil se comunicar. Entre portugues e espanhol, acaba sempre saindo um portunhol muito engraçado. Rende história, risos e sempre, no final de alguma conversa, depois de perguntarmos "compreendes o que hablo?", a resposta era quase sempre "no"...rs... mas a gnt tentava, e por hora, conseguiamos. Era bom.

OS hosiptais são diferentes dos daqui. Lá, se vê poucos médicos pelos corredores. Enfermeiros tbm. O calor era quase que insuportavel (38° a 40° graus) e, geralmente, ar-condicionado só existia nas salas onde ficavam os doutores, as enfermeiras. Nós, como se fossemos doutores da alegria, descobrimos que de fato "o amor é contagioso" - Path Adams. E contaminados de amor, saímos a espalhar o vírus daquEle que nos contagiou primeiro.



A oração:

Vimos coisas acontecerem. Em assunción, capital do Paraguay, havia um senhor internado, com câncer, já em fase terminal. Ele, no dia em que iríamos pra lá, acordou pela manhã e pediu uma oração pra enfermeira, não sei se ela orou, mas, mais tarde, quando estavamos no hospital, 2 meninas estavam na ala de internação onde, junto com mais pessoas, esse senhor estava internado. Elas foram conversando e orando por todos que estavam no quarto, e quando chegaram nele, ele estava inconciente outra vez e não rendeu conversa, mas elas decidiram orar. Creio ser a oração que ele desejou pela manhã. Depois do amém, a morte. Ele se foi tendo Deus, o Senhor, como aquele a quem atendeu o seu ultimo pedido.

Uma oração!




A comun-idade:



(Centro Comunitario)

Chegamos em dois ônibus. Coisa que chama a atenção por si só em uma comunidade carente. Em um dos dias fomos pra limpar. Saímos catando os lixos empregnados no chão das ruas de terra. Era tanto lixo, alguns tão afundados nas ruas de terra que era como se fizessem parte da paisagem. A catança rendeu sacos e sacos de lixo, mas muito ainda ficou. Nas casas, os animais de estimação mais comuns pareciam ser os porcos. Como acontece por aqui, as familias tbm se reunem na calçada das casas, embaixo de arvores, pra conversar sobre qualquer coisa, ou sobre nada. Todos sentados, tomando o bom tereré, e os porcos e as crianças brincavam, as vezes juntos, ao lado. Ah, quanto ao tereré, a erva é muito melhor do que as q a gnt encontra no brasil, e é mais barata tbm. Encontra-se em todo lugar, de esquina em esquina, seja tradicional ou com sabor. A melhor é a de menta. haha

No 2° dia, saímos, os clows, a chamar as familia da comunidade para uma apresentación de baila, circo, teatro e musica que faríamos no centro comunitário local. Mal chegavamos perto das casas e nos portões já haviam várias crianças. Lá, a média de filhos por familia chega a ser de 5 a 8 crianças. E quase sempre a diferença de idade é mínima. É muito comum ver meninas de 8 ou 9 anos cuidando de seus irmãos menores.

Quando retornamos ao centro comunitário, ah, eram muitas crianças.Pra mim, pareciam todas iguais...rs..mas não eram.Foi uma confusão danada pra lembrar quais tinham vindo com a gnt e quais iriam voltar com os pais. Por fim, todas voltaram bem pra suas casas.As crianças eram lindas, tantas, todas. Por lá, elas não estão acostumadas com abraços. Quando pediamos, havia receio. Mas, logo elas vinham, abraçavam bem forte e, por causa dos sorrisos, mesmo cariados, e sinceridade com que abraçavam, elas me roubavam pra elas. Nos abraços, eu me esquecia do mundo e dos tantos piolhos que infestavam as cabeleiras daqueles que pareciam ter recebido de Deus o dom do aconchego. Quando olho pra eles, imagino o céu, e torna-se cada vez mais interessante ir pra lá. É feito deles o Reino dos céus e assim, estar com eles aqui, é viver um pouco da plenitude de lá, onde ansiosamente, aguardo chegar.




(Um daqueles de quem é o Reino)




Pessoas:

Agora, meu coração se espalhou pelos cantos tantos que se reuniram por lá em maringá e no paraguay...e tantas coisas ficaram mais interessantes de se fazer.

Pão com Ovo torna-se muito mais atraente quando você ouve os gritos desesperados da cássia (eram em espanhol). Viajar horas de ônibus não é nem um pouco ruim quando quem senta do seu lado é a Audrey, fica divertido, mesmo quando você não cabe direito no banco e não consegue dormir confortavel. Falar sobre filmes e livros com a Carol é falar das coisas boas de forma engraçada, a gente viaja, se diverte, e percebe que temos quase que os mesmos gostos. Até na escrita, as utopias se parecem. Dormir em um quarto empoeirado torna-se muito agradavel quando se tem um monte de gente boa de Deus junto com você. As noites, antes de dormir, renderam histórias. Teve aprensetação de circo na madrugada, onde as estrelas foram Cássia, Carol, Kayla e Evelyn. Até tomar chingo ficou divertido com elas. rs

A sarah, pra mim, era como motivação pra acordar de bom humor e fazer piadas por mais cansada que se pudesse estar, já pela manhã.A organização da Natalie e da Evelyn foi o que me animou pra re-organizar a minha mala. Consegui mante-la assim por 3 dias, o que facilitou até na hora de arrumar as coisas pra voltar embora. haha

Ah, tanta história. A Aline montando na Ana. A Ana fazendo de todos os momentos um click...rs...A denilse falando com graça sobre o seu marido. A Ju enchendo o colchão todos os dias pra dormir. Havia mais furos nele do q qlqr outra coisa. A vivi penteando os cabelos. A Laís falava Carioqueíx...engraçado pra caramba.

Com a Divina a gente aprende que existe graça por todos os lados. É, a vida é de fato divina...rs

E foram tantas outras pessoas.A liderança, as crianças...haha..como esquecer da Nick, da Julia, da Vitória...rs

Agora, as coisas foram ligadas além de nós, além de mim. Estão ligadas no Cristo e por isso, são eternas. O que explica a sensação de já os conhecer a tempos.




O fim:



(Lotação - E eu surfando...rs)


A gente provou do amor. Descobrimos que ele é de fato contagioso. O amor em nós precisa ser todos os dias como infecção que contagia, pra espalhar pro mundo. É como metástase. Começa pequeno, cresce, toma o corpo, e quando a gente morre pra nós, descobrimos vida pra contagiar tantos outros espalhados pelos cantos todos da terra. Daqui até os confins...


AQUELA Saudade!
Isa...