sexta-feira, 22 de agosto de 2008

ATé QuE a MoRtE Os SeParE




Com a minha vó, eu aprendi que dá pra aproveitar o pão velho e duro fazendo farinha de pão.Ela também me ensinou que a gente pode por essa farinha no bolinho de carne e, além de não perdermos a farinha, esse "junta" deixa o bolinho maior...rs.Já o meu vô, ele tem um monte de ditados criados por ele pra concientizar a gente ou nos deixar sem resposta quando a gente pergunta alguma coisa pra ele.
As vezes, ele faz uns puns de dar medo, daqueles altos que a gente ouve de longe. E segue o diálogo:
...Próoooêeeemmmm... - Oloco, que que é isso, Vô? - Que foi? Não faz desse? Então pega esse que tá feito!
Aí, a gente pensa e não sabe o que responder.Os dois dão risada e termina a cena.É sempre muito engraçado.rs
Pras vezes em que a gente sai de algum canto da casa sem apagar a luz, ele sempre solta essa:
-A luz que o ceis apaga, o Vô num paga!
É meio chavez!(A vingança nunca é plena.Mata a alma e envenena) rsAh, é a melhor campanha de concientização sobre o consumo de energia que eu já ví. rs...E funciona de verdade!
Hoje, o meu vô e minha vó, saem juntos pra lá e pra cá.Meu vô descolou um rádio amador pra ele e agora, com essa tal "internet da terceira idade", eles sempre tem algum compromisso com mais uma galera de uma assossiação aí.Pelo rádio amador, eles combinam tudo: churrascos, festas juninas, reuniões e saídas durante a semana.Num dia desses, eles chegaram em casa já era quase madrugada.Quando perguntei, disseram que estavam numa lanchonete em uma cidade vizinha. Dei risada demais!Foi engraçado, e fiquei feliz por eles!Eles descobriram de novo, só que numa idade melhor, que chegar tarde em casa ainda é uma aventura e tanto.rs
Meu vô e minha vó, juntos, é risada na certa.rs Minha vó é uma mulher sem frescuras, sem preguiça.Gosta de conversar, ver novela e paparicar os netos.Me lembro das noites em que dormia na cama dela com ela e meu avô.Ela sempre levava leite quente com nescau, ou gelado e com groselha, na cama e contava histórias.Tem duas que eu não esqueço.A do pintinho que dizia que O céu estava caindo e a do lobo que morreu de frio.Quase todas as noites, eram as mesmas histórias.Era bom ouvir.Todos na cama de colcha verde. Ah, e quando eu não sabia do que brincar, minha vó sugeria: "Quer brincar de botão?"...eu dizia que sim e ela já pegava os botões de roupa que ela tinha guardado e jogava na cama com um monte de potinhos.Eu passava a tarde toda brincando de botão.Não tinha nada de mais, mas eu gostava muitão de brincar de botão.E minha vó, sempre sugeria.rs
Com meu avô, já foram muitas as tardes de pescaria.Quantas e quantas vezes já não saímos pescar juntos.As vezes, passavamos a tarde toda pescando, e o único peixe que viamos era o peixe frito da porção que vendia na lanchonete.Comíamos peixe e bebiamos refrigerante.Voltava-mos pra casa sem qualquer peixe nas mãos.Mas muitas também foram as vezes em que voltamos cheios deles.Tantos, que comia-mos peixe quase que a semana toda até acabarmos com eles.Sem contar os que davamos embora...rs.Meu vô me ensinou que dá pra pescar com jabuticaba e que a gente precisa lançar a linha direito pra não embolar a carretilha.Também dá pra lembrar das noites jogando dominó e baralho com meu vô.Ele ganhava todas, mas o que valia era a graça de tentar ganhar dele.
Minha vó, todos os dias quando acorda, ela lê a bíblia.Meu vô, todos os dias quando acorda, vai buscar pão. Minha vó gosta das novelas da record e desenhos da cultura.Meu avô, assiste programas como cidade a lerta e filmes. Aprendo demais com eles. Acho que as avós e os avôs são presente de Deus pra gente.Com eles, a gente vê que a vida nunca foi fácil, mas que nem por isso não vale viver toda ela.É muita história pra contar, pra ouvir.Eles já não tem grandes anseios por aqui, desejam pouca coisa.A maioria dos desejos são relacionados ao sussego.Os anos de trabalho duro pra criar os filhos, já se foram. Todo o desgaste de uma vida inteira estão expostos nos rostos envelhecidos, mas que não deixam de ser belos.Hoje, aos seus 60 e tantos anos, os dois vivem um pouco da criança que ainda existe dentro deles e eu, os ólho desejando chegar aonde hoje eles estão.Meu avô me ensinou que a velhice é boa pelo simples fato de poder ser velho um dia.Ele sempre diz: eu sou velho e quero ver quem também vai conseguir ser. É mais pura verdade.Ser jovem não é dificil.Dificil é conseguir ser velho.Quero chegar lá, e com um véinho do meu lado!rs...
Essa tem sido uma de minhas espectativas...haha...quero casar, minha gente, quem não quer?rs...E assim, como o meu vô certamente foi quem tomou a iniciativa de falar com a minha vó, eu ainda acredito nessa cordialidade e cavalherismo que antecede o namoro, o noivado e a união do casamento.Creio que é assim que precisa ser.E isso não é cindrome de cinderela, feminismo ou até machismo da minha parte.Foi assim que foi feito: o homem toma a iniciativa e a mulher, ela espera a iniciativa. Há quem diga, hoje, que o casamento é uma instituição falida.E mesmo diante de tantas demonstrações desastrosas de casamentos por aí, ainda assim, creio no casório.É sempre a 3 que se faz a união.Deus, homem e mulher.Como a trindade.E faz toda a diferença se Deus está na história. Esses dias, numa conversa, falavamos de casório.Tava todo mundo zuando sobre correr atrás do prejuízo pra casar logo, pq, c não casar aqui, no céu num vai ter casório, não!E aí, vieram as outras avacalhações e alguém disse: "É, quem não casar e for pro céu solteiro, vai tocar harca pra sempre!" Rendeu risada pra caramba esse papo! Num culto de domingo, o pastor falava sobre MARATANA. Avacalhação de novo: "Maranata? Só depois que eu casar!"...É, ninguém tá afim de cantar no coral dos virgens lá no céu, não! rs Nos relacionamentos, a gente precisa entender os limites um do outro e se conhecer.É assim que a gente descobre as coisas admiraveis e também todas as infantilidades comportamentais.Então, no amor, que é o que nos dá a aceitação do outro e nos faz aceitar de maneira recíproca, é que a gente cria laços dentro do peito.Ele, aquele que a chamará para passear de mãos dadas num dia de sol e que entenderá quando ela estiver numa crise corportamental, seja por TPM, ou não.Ela, aquela que não se chateará quando ele preferir ficar em casa do que ir ao shopping.Ele, aquele que não preferirá estar sempre em outros lugares sempre ao invés de estar ao lado dela.Ela, aquela que respeitará o espaço dele sem ser fria e distante ou o sufocar demais. Assim, num equilibrio direcionado, com o amor que é dom de Deus,é que se faz então,de dois, um. Sem apetrechos evangelicos bilotalos, sem mistificação de sentimentos que sufocam a gente.Só o que são, pra envelhecerem juntos, e depois, o céu!
Ah, tem um tanto de coisas na minha cabeça agora, mas as idéias não estão muito bem organizadas.Quando estiverem, falarei mais!Que Deus abençoe a gente, os casórios e nossos tempos junto com aqueles que tudo viveram e que da vida agora, só esperam o sussego.